O deputado federal Neri Geller (PP), que tem se reunido com lideranças de Mato Grosso que apoiam o retorno de Lula (PT) ao posto de presidente da República, já estava com tudo pronto para participar de um encontro com o líder petista, em Brasília, nos próximos dias, mas teve sua orelha puxada e recuou.
Lideranças do AGRO, que tentam construir viabilidade para o projeto de Neri ao Senado Federal, lembraram ao político o óbvio: a liderança de Jair Bolsonaro em Mato Grosso é absoluta, logo, a maneira mais curta de perder uma disputa majoritária no estado é contrapor o atual presidente.
A aproximação de Neri, todavia, apesar de já ter sido ministro da Agricultura e Pecuária no Governo de Dilma – momento de sua trajetória política que acabou lhe rendendo uma prisão pela Polícia Federal – é mais por uma chateação pessoal do parlamentar.
Geller tentou, de todas as formas, por meio do líder nacional do seu partido, o ministro Ciro Nogueira (PP), trazer Bolsonaro para seu projeto de senador, mas já recebeu a negativa presidencial e, irritado, decidiu retornar ao seu “antigo amor” pelo PT.
Questionado pela imprensa por estar sendo parte presença das articulações pró-Lula no estado, Neri defendeu sua postura. “Não vou fechar as portas para ninguém. Não vou deixar de reconhecer os avanços que nós tivemos na minha gestão como ministro (era PT). Ajudamos muito o estado e ajudamos muito país e vamos conversar, porque nada se aprova no Congresso Nacional se não tiver maioria dos votos. A população tem que ter consciência”, defendeu.
Geller ainda ressaltou que seu projeto ao Alto Parlamento não passa e nunca passou por um crivo de Bolsonaro. “Nunca falei que serei candidato só se tiver o apoio incondicional do presidente Bolsonaro. Minha candidatura estou construindo com um grupo forte aqui dentro do Estado. Vou construir minha candidatura se tiver respaldado e tiver grupo”, declarou.
A postura do deputado, contudo, que já se preparava para participar de um encontro entre lulistas de Mato Grosso e o líder petista, em Brasilia, foi repreendida por seus prováveis financiadores do AGRO, que não só vetaram Neri no encontro dos próximos dias, como lembraram que seu nome nas pesquisas de intenção de voto está cada dia mais estagnado e que “com essa história de PT” tem tudo pra piorar. Envergonhado, Geller teve que refazer seu discurso na imprensa e anunciar que não participará de conversa com Lula. “Talvez numa próxima eu vá”, resumiu.
FONTE MINUTO MT
